NEGROS DE ISRAEL

 

O ano era 1980. Uma comunidade na Etiópia estava imprensada do mesmo modo que a comunidade cristã está sendo massacrada pelos árabes muçulmanos no Sudão nos dias de hoje. Mas ninguém foi ajudar os cristãos.

 

Oprimida por anos de guerra civil e pela fome assassina e implacável a comunidade etíope Falash Nura foi descoberta. A grande surpresa era serem judeus, manterem as tradições judaicas e o estudo da religião.

 

Entre 1980 e 1982 -  2.500 judeus etíopes foram resgatados em meio ao conflito e levados para Israel.

 

Em 1983 -  1.800 cruzaram a pé a fronteira do Sudão dali foram para Israel. A situação foi ficando crítica e as condições de vida nos campos de refugiados judeus no Sudão não podia mais ser mantida.

 

21 de novembro de 1984 - Começa a operação Moisés, que utilizava aviões militares Hercules levando 200 pessoas de cada vez. A viagem e os vôos para Israel foram mantidos em segredo por ambos os governos. Até 5 de janeiro de 1985, cerca de 8.000 judeus etíopes tinham encontrado a salvação em Israel.

 

As notícias vazaram e os países árabes pressionaram o governo do Sudão para impedir o trânsito de judeus pelo seu território. O governo cedeu e 1.000 judeus ficaram por lá, enquanto dezenas de milhares ainda aguardavam na Etiópia. Tentando fugir a pé para o Sudão cerca de 4 mil judeus etíopes morreram, como nas caminhadas da morte pela Europa ocupada pelos nazistas na Segunda Guerra.

 

Em 1985 -  O então vice-presidente americano George Bush (pai) inicial a operação Joshua que conseguiu resgatar 800 dos 1.000 judeus retidos no Sudão. Os últimos 200 foram alvo de 5 anos de negociações, mas foram retidos pelo governo sudanês e seu destino provável foi a morte na região de Darfur, junto com os cristãos.

 

Em 1990 os governos de Israel e Etiópia fecharam um acordo diplomático que permitiu a saída do judeus dos campos de refugiados, dos campos de fome, dos campos de morte, que existem até hoje, agora com cristãos.

 

O acordo era frágil e podia ser revogado a qualquer momento. Em 36 horas 34 aviões Hercules C-130 de Israel com os assentos removidos para caber mais gente, salvaram 14.325 etíopes da miséria, opressão, perseguição e morte certa.

 

A comunidade de judeus a Etiópia, conhecidos como Falashas, já chegou às 80.000 pessoas em Israel, mas o governo africano ainda retém entre 18.000 e 26.000 judeus em seu território.

 

Chegaram magros, famintos, sem propriedades. Hoje são parte integrante da sociedade israelense sem nenhum tipo de discriminação racial ou social. Participam do exército e da religião como qualquer outra pessoa por lá.

 

Qual dos povos cristãos vai acolher os refugiados de Darfur enquanto os árabes muçulmanos do Sudão continuam o massacre, seja pelas armas, pelas marchas da morte ou bem mais barato, pela fome?